No mundo atual, com a internet presente em todos os contextos de trabalho e estudos, lidamos com um volume extenso de informações, o que eleva a ansiedade e dificulta a concentração e o foco. Além disso, conforme o estresse e uma má gestão se estrutura dentro da empresa, cria-se um ambiente propício para conflitos.
Em nosso cotidiano pautado em multitarefas, uma escuta empática e dedicada faz total diferença nas abordagens, tornando os vínculos mais profundos e sólidos. A boa comunicação entre equipes é um elemento indispensável para a cultura organizacional e para a gestão estratégica de pessoas. Através do diálogo, é possível alcançar resultados expressivos não somente no âmbito produtivo mas também na motivação e promoção do engajamento de todo o corpo organizacional.
O termo escuta ativa, que tem sua origem na psicologia, vem sendo amplamente incorporado no ambiente de trabalho. Por muito tempo, a psicologia do trabalho focou em aspectos que valorizavam a produtividade, deixando de lado as demandas dos trabalhadores. Os profissionais da psicologia eram solicitados de forma a delegar essa comunicação ou como ferramenta de seleção, assim, a intenção era recrutar os melhores ‘’comunicadores’’- aqueles especialistas em gestão de crise.
O trabalho, além de ser uma atividade constantemente presente na vida das pessoas, é uma parte importante que está diretamente relacionada a subjetividade do trabalhador e na realização pessoal. Sendo assim, a escuta e o acolhimento psicológico nesse ambiente não só faz-se fundamental para a qualidade de vida de uma pessoa mas também desperta competências socioemocionais aos profissionais de gestão, como a empatia, a mentalidade colaborativa e a inteligência emocional.
Segundo o boletim da Secretaria de Previdência Brasileira, entre 2012 e 2016, os transtornos mentais e comportamentais foram a terceira maior causa de afastamento por incapacidade para o trabalho, estando dentre eles, a depressão em primeiro lugar.
Quando a escuta faz parte do clima organizacional, a sua empresa colhe benefícios únicos que transformam as relações interpessoais e constroem vínculos capazes de impulsionar habilidades, como o desenvolvimento criativo por exemplo. Estudos comprovam que sabendo que possuem liberdade para expressar suas ideias, as pessoas se sentem confiantes para propor experiências inovadoras e se arriscam a colocar em prática novas ideias. Além disso, a boa convivência entre colaboradores satisfeitos, constroem uma comunicação objetiva e a diminuição de conflitos.
Alguns passos para implementar a escuta dentro da sua empresa, podem ser muito simples. Primeiro, é importante compreender que cada profissional se comporta de uma maneira única. Ao mesmo tempo que alguns sentem a liberdade de opinar e dar sugestões livremente, outros são mais retraídos e discretos. Cada um possui uma peculiaridade, um estilo de vida, preferências e incentivar cada um a valorizar sua identidade, aumenta a autoestima do colaborador.
Fazer perguntas, criar dinâmicas ou rodas de conversa por exemplo, pode ajudar a quebrar o gelo e incentivar a participação.
Dar o exemplo, praticar a empatia, buscar entender as motivações, necessidades e expectativas do interlocutor, também é uma ótima maneira de construir essa relação de duas vias. Isso faz com que você assimile a perspectiva do próximo e construa uma relação de parceria.
Dessa forma, é fundamental que haja um ambiente de escuta no trabalho, para que os trabalhadores possam encontrar acolhimento e, assim, evitar que a saúde mental seja o motivo por trás de faltas – em todos os sentidos – nas empresas.
Referências:
LAPOLLI, Cibele; GOMES, Quele. ESCUTA PSICOLÓGICA NAS ORGANIZAÇÕES: ACOLHER, ORIENTAR E ENCAMINHAR. 2019. Artigo Acadêmico (Graduação) – Graduação, [S. l.], 2019. Disponível em: https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/16595/2/Cibele%20Lapolli.pdf. Acesso em: 29 jun. 2023.
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