No dia 24 de fevereiro, comemora-se o Dia Nacional da conquista do voto feminino no Brasil, data em que foi aprovado o Decreto nº 21.076, que trouxe pela primeira vez o direito das mulheres ao voto. Essa é uma data de extrema importância, pois marca uma das conquistas mais importantes da luta das mulheres por direitos civis e institucionais e pelo exercício da plena cidadania no Brasil, que é o direito de votar.
Apesar de conquistar o direito ao voto em 24 de fevereiro de 1934, tal ato permaneceu facultativo até 1965, quando tornou-se obrigatório, tal qual o voto masculino. Essa desigualdade marca uma pequena parte dos desafios vivenciados pelas mulheres na sociedade brasileira na luta por seus direitos.
No início do século xx, a militância política feminina na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos inspirou mulheres do mundo todo a organizarem-se, estrategicamente, para lutar por seus direitos, tal movimento ficou conhecido como Sufragista. As mulheres começaram, então, a lutar pelo direito ao voto, bem como pelo exercício da cidadania na sociedade.
Um dos nomes importantes na história da conquista do voto feminino foi a biológa Bertha Lutz, pioneira na luta pelos direitos das mulheres no Brasil, que representou o movimento feminista na comissão elaboradora do anteprojeto da constituição de 1934 e veio a assumir, posteriormente, o mandato de deputada na câmara federal , em julho de 1936. No entanto, outros nomes foram notórios como Celina Guimarães, cujo nome repercutiu internacionalmente por ter sido a primeira mulher eleitora, não apenas do Brasil, bem como da América Latina. E, por fim, Alzira Soriano, a primeira mulher eleita a prefeita no Brasil, pela cidade de Lajes, no Rio Grande do Norte. Alzira promoveu melhorias, como a construção de estradas, mercados públicos municipais e a melhoria da iluminação pública da época.
Atualmente, as mulheres estão cada vez mais presentes e participantes na sociedade civil. No entanto, a desigualdade ainda é um cenário que está longe de ser distante. No mercado de trabalho, por exemplo, mulheres ainda são minoria nos cargos de liderança e, não raramente, recebem um salário inferior a homens que ocupam o mesmo cargo que o seu.
Apesar dos avanços nos direitos políticos, tal qual o voto, a desigualdade de gênero na participação política ainda é um tema que carece de atenção, pois as mulheres ainda são minoria nos cargos políticos. Dessa forma, uma série de medidas vêm sendo criadas, como a lei que torna obrigatório em todos os partidos o preenchimento de no mínimo 30% das vagas para ambos os sexos. Porém, esse ainda é um ambiente muito hostil e majoritariamente dominado por homens, que, não raramente, mantém sua influência e poder por gerações através de trocas de favores com seus semelhantes.
Dessa forma, o incentivo a meninas e mulheres ao empoderamento econômico, social e político é necessário para mudar esse cenário. Isso inclui programas de capacitação econômica e meios de subsistência, proteção social e redes de segurança que apoiam mulheres e o acesso à educação equitativa. Além disso, o incentivo à participação política é fundamental, pois assim, meninas e mulheres brasileiras poderão através de cargos políticos no poder público, tomar decisões importantes que levem a sociedade à uma maior igualdade de gênero.
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