Escala 6×1 e os impactos na vida do trabalhador

A escala 6×1 é um modelo de jornada de trabalho comum em muitas profissões, especialmente no Brasil. Nesse modelo, o trabalhador atua por seis dias consecutivos e folga por apenas um, o que acaba se tornando um regime desgastante tanto fisicamente quanto emocionalmente. 

Existem alguns mitos sobre a escala 6×1 que podem mascarar seus efeitos negativos no bem-estar dos trabalhadores. Entre eles, “O trabalhador tem um dia inteiro de descanso”, embora o modelo preveja um dia de folga, esse descanso muitas vezes não é suficiente para a recuperação adequada do trabalhador. Além disso, em muitas funções, o descanso pode ser prejudicado por compromissos pessoais, imprevistos ou problemas relacionados ao próprio trabalho. “A escala 6×1 permite mais ganhos financeiros”, a jornada de trabalho prolongada pode até resultar em horas extras, mas o custo social e emocional da escala 6×1 pode ser muito alto. O trabalhador pode se ver sobrecarregado, o que pode diminuir sua produtividade a longo prazo e comprometer sua saúde como um todo. 

A relação entre a escala 6×1 e o burnout é intima. O burnout é um estado de exaustão extrema, tanto física quanto emocional, e está frequentemente associado a jornadas de trabalho longas, pouca folga e pressão constante. A escala 6×1 contribui diretamente para o desgaste do trabalhador, aumentando os riscos de fadiga física e mental, a jornada intensa e sem descanso suficiente pode resultar em uma queda da energia vital, dificultando a manutenção de um bom desempenho e comprometendo a saúde. Desconexão emocional: O trabalho constante e a falta de tempo para lazer e para a convivência social podem gerar sentimentos de frustração, isolamento e até depressão. Estresse crônico: A sobrecarga constante de tarefas e a impossibilidade de descansar adequadamente podem aumentar os níveis de estresse no trabalho.

A redução da escala 6×1 traz muitos benefícios para os trabalhadores, para as empresas e para a sociedade.

Entre os principais benefícios, podemos destacar:

Melhora da saúde mental e física: Uma jornada de trabalho menos desgastante, com folgas regulares, ajuda a manter a saúde mental e física do trabalhador. Isso pode reduzir a ocorrência de doenças relacionadas ao estresse e melhorar a qualidade de vida.

Aumento da produtividade: Trabalhadores descansados são mais produtivos e criativos. Ao diminuir a carga de trabalho e aumentar os períodos de descanso, as empresas podem observar um aumento na qualidade do trabalho e até na redução de erros.

Redução do absenteísmo: O excesso de trabalho leva a doenças e ao aumento do absenteísmo. Ao garantir uma jornada mais equilibrada, as empresas podem reduzir o número de faltas e afastamentos médicos.

Melhoria no ambiente de trabalho: Com mais tempo para lazer, descanso e convivência social, o trabalhador se sente mais motivado e satisfeito com seu trabalho, o que melhora o clima organizacional e diminui a rotatividade.

Por fim, por que devemos defender a diminuição da escala 6×1? 

Primeiramente, o olhar para o bem-estar do trabalhador, a saúde deve ser uma prioridade. O equilíbrio entre vida pessoal e profissional é fundamental para esse bem-estar, e a escala 6×1 coloca em risco essa harmonia. Produtividade sustentável: O modelo 6×1 pode até gerar uma produtividade momentânea, mas é insustentável a longo prazo. A redução dessa escala visa aumentar a produtividade de forma mais equilibrada e constante. Direitos trabalhistas: Garantir uma carga de trabalho justa e que respeite os direitos do trabalhador é fundamental. A redução da escala 6×1 está alinhada com o conceito de uma vida digna e respeitosa no ambiente de trabalho. Valorização do ser humano: A dignidade do trabalhador é um valor central. As empresas que adotam jornadas mais equilibradas demonstram que priorizam a qualidade de vida de seus colaboradores, criando um ambiente mais saudável, positivo e harmonioso. 

Portanto, defender a diminuição da escala 6×1 é uma forma de promover um equilíbrio mais saudável entre as necessidades econômicas das empresas e o bem-estar dos trabalhadores, resultando em uma sociedade mais justa, produtiva e saudável.